Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 30
Filter
1.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 26(12): 6069-6078, Dez. 2021.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1350510

ABSTRACT

Resumo No intuito de analisar temas que ligam as questões dos processos de saúde-doença-trabalho às práticas periciais no serviço público federal e seu diálogo com a Saúde do Trabalhador, este artigo se debruça sobre o tema da definição do tempo para tratamento da própria saúde, na esfera do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público (SIASS). Para isso, examinaram-se os parâmetros de afastamento fornecidos pelo Manual de Perícia Oficial e as falas sobre esse tópico por parte dos entrevistados. A importância conferida ao tema se deve ao fato de estar associado ao tempo de recuperação do trabalhador, o que implica menos dias destinados à produtividade. Entrevistaram-se 32 profissionais de 5 instituições de ensino, enfatizando-se, neste artigo, as categorias analíticas que conduziram aos pontos explorados: dias de afastamento, Manual de Perícia e divergências entre profissionais da perícia e médicos assistentes. Os resultados indicam a utilidade de revisar o Manual com base na Saúde do Trabalhador, identificando contradições; a necessidade de construção de uma perícia efetivamente interdisciplinar; e que a queixa dos periciados possa ser manejada da perspectiva do cuidado ao trabalhador, e não apenas com referência no controle e na vigilância.


Abstract For the purpose of analyzing topics linking the health-disease-work process to medical evaluation practices under the scope of the federal public service and their interaction with Worker's Health, this article investigates the issue of determining the duration of the sick leave period that a worker is granted for caring for their own health, within the Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS). To that end, the parameters for granting time off work, as provided by the Manual de Perícia Oficial, and the speeches on this topic by the interviewees were analyzed. The importance given to the topic 'days off work' arises from the fact that it is related to the time it takes the worker to recover, which implies fewer days dedicated to being productive. Interviews were conducted with 32 professionals from 5 educational institutions, and this article highlights some analytical categories: days off work; Manual da Perícia and disagreement between medical evaluators and attending physicians. The results point to the usefulness of revising the Manual taking into account Worker's Health, identifying contradictions; the need for shaping an effectively interdisciplinary evaluation, so that the worker's health-related complaints can be handled from the perspective of the worker's care, and not simply concerning control and surveillance.


Subject(s)
Humans , Sick Leave
2.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 23(4): 792-814, dez. 2020.
Article in English | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1156750

ABSTRACT

There is a growing realization in the field of psychiatry that we are unable to free ourselves of the constraints imposed by our concepts, as well as to move beyond them. Thus, the field demands not only more robust empirical evidence but also a more sophisticated conceptual framework, which would allow for critical and innovative thinking to conceive and to build better models of mental health care. In this spirit, we present a very thought-provoking interview with Dutch psychiatrist Jim van Os, encompassing biographical issues from his academic background as well as his ideas on recovery and the Dutch experience of the recovery colleges as a "shadow mental health system" in the Netherlands. Adopting a critical stance on psychiatric diagnosis and the validity of group-level comparisons in evidence-based psychiatry, and in line with the ideals of the recovery movement, van Os points out that the process of healing should surpass symptom reduction. For him, it should take into account the long-term process of developing resilience, learning to deal with suffering through interactions with other people, building up new perspectives, goals, and existential purposes. In other words, he emphasizes the idea of social recovery and favors the thought that mental health professionals should try to "help people to relate better to their mental variation and offer them ways of doing that differently."


Há uma crescente percepção no campo da psiquiatria de que somos incapazes de nos liberar das restrições impostas pelos conceitos do campo, bem como ir além deles. Assim, o campo demanda não somente evidências empíricas mais robustas, mas também um quadro de referências conceituais que permita um pensamento crítico e inovador que conceba e construa modelos mais apropriados de cuidado à saúde mental. Nesse espírito, apresentamos uma entrevista provocativa com o psiquiatria holandês Jim van Os, abrangendo desde questões sobre sua formação acadêmica até suas ideias sobre recovery e sobre a experiência dos recovery colleges na Holanda como "um sistema de saúde mental invisível". Adotando uma posição crítica sobre o diagnóstico psiquiátrico e a validade das comparações grupais preconizadas pela medicina baseada em evidências, e em sintonia com o movimento conhecido como recovery, van Os destaca que o processo de cura deve ir além da redução de sintomas. Para ele, é preciso levar em conta o longo processo de desenvolvimento de resiliência, aprendendo com os outros a lidar com o sofrimento, e construindo novas perspectivas, objetivos e propósitos existenciais. Em outras palavras, a ênfase recai sobre a ideia de social recovery e favorece a ideia de que profissionais de saúde mental devem "ajudar as pessoas a se relacionarem melhor com suas variações psicológicas e oferecer a elas formas diferentes de chegar até isso."


Il y a une perception croissante dans le champ de la psychiatrie selon laquelle nous ne sommes pas en mesure de nous libérer des contraintes imposées par les concepts de ce domaine, encore moins de les dépasser. Ainsi, le champ de la psychiatrie exigerait non seulement des évidences empiriques plus solides, mais aussi un cadre de références conceptuelles procurant une pensée critique et novatrice capable de concevoir et de construire des modèles plus appropriés aux soins de santé mentale. Dans cette démarche, nous présentons un entretien provocateur avec le psychiatre néerlandais Jim van Os, couvrant des questions sur son parcours universitaire, ainsi que ses idées sur le recovery, et sur l'expérience des recovery colleges aux Pays-Bas en tant que « système de santé mentale invisible ¼. C'est en adoptant une démarche critique à l'égard du diagnostic psychiatrique et de la validité des comparaisons de groupes préconisées par la médecine fondée sur les preuves et en accord avec le mouvement connu sous le nom de recovery que van Os souligne que le processus de guérison doit aller au-delà de la réduction des symptômes. Pour lui, il faut prendre en compte le long mouvement de développement de la résilience, de sorte à apprendre d'autrui comment faire face à la souffrance, pour construire de nouvelles perspectives, de nouveaux objectifs et de nouvelles finalités existentielles. Ses contributions soulignent le concept de social recovery et favorisent l'idée selon laquelle les professionnels de la santé mentale devraient «aider les gens à mieux gérer leurs variations psychologiques et leur proposer différentes façons d'y parvenir¼.


Hay una percepción creciente, en el campo de la psiquiatría, de que somos incapaces de librarnos de las restricciones impuestas por los conceptos del campo, así como también de ir más allá de ellas. Por lo tanto, el campo demanda no solamente evidencias empíricas más robustas, sino un marco de referencias conceptuales que permita un pensamiento crítico e innovador que conciba y construya modelos más apropiados de cuidado de la salud mental. En ese sentido, presentamos una provocadora entrevista con el psiquiatra holandés Jim van Os, abarcando, desde cuestiones sobre su formación académica hasta sus ideas sobre recovery y la experiencia de los recovery colleges en Holanda como "un sistema de salud mental invisible". Adoptando una postura crítica sobre el diagnóstico psiquiátrico y la validez de las comparaciones grupales defendidas por la medicina basada en evidencias, y alineado con el movimiento conocido como recovery, van Os destaca que el proceso de curar debe ir más allá de la reducción de los síntomas. Para él, es necesario considerar el largo proceso de desarrollo de la resiliencia, aprendiendo a lidiar con el sufrimiento a través de la interacción con los otros y construyendo nuevas perspectivas, objetivos y propósitos existenciales. En otras palabras, el énfasis recae sobre la idea del social recovery, favoreciendo la noción de que los profesionales de la salud mental deben "ayudar a las personas a relacionarse mejor con sus variaciones psicológicas y ofrecerles diferentes formas para llegar a ello".

3.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 23(2): 337-348, abr.-jun. 2020.
Article in English | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1139244

ABSTRACT

In this article, we address some conceptual issues that are logically prior to the constitution of any psychopathology. We explore ontological and epistemological aspects of subjective experience, rejecting both Cartesianism and behaviorism, and favoring the Wittgensteinian notion of criterial support instead. Then, we discuss the disanalogy between knowledge of other minds and our knowledge of anything else. Based on the arguments by Eilan's that the "communication claim" should replace the "observation claim," we defend that there is a kind of knowledge that is irreducibly founded on intersubjectivity (that is, knowledge of persons is knowledge for two) and point out to implications it may have for psychopathology.


Neste artigo, abordamos algumas questões conceituais logicamente anteriores à constituição de qualquer forma de psicopatologia. Exploramos, ontológica e epistemologicamente, aspectos da experiência subjetiva, e rejeitamos tanto o cartesianismo quanto o behaviorismo em favor da noção wittgensteiniana de apoio criterial. Assim, discutimos a dessemelhança entre o conhecimento de outras mentes e o conhecimento de qualquer outra coisa. Baseados nos argumentos fornecidos por Eilan, segundo os quais o "modelo da comunicação" deve substituir o "modelo da observação", defendemos que há um tipo de conhecimento que é irredutivelmente fundado na intersubjetividade (isto é, o conhecimento de pessoas é conhecimento a dois) e apontamos as implicações que isso pode ter para a psicopatologia..


Dans cet article, nous abordons quelques questions conceptuelles qui précèdent logiquement la constitution de toute forme de psychopathologie. Nous explorons les aspects ontologiques et épistémologiques de l'expérience subjective en détriment du cartésianisme et du behaviorisme, nous privilégions la notion wittgensteinienne de soutien critériel. Ainsi, nous discutons la disanalogie entre la connaissance des autres esprits et notre connaissance de toute autre chose. Sur la base des arguments proposés par Eilan, selon lesquels le « modèle de communication ¼ devrait remplacer le « modèle d'observation ¼, nous défendons qu'il existe un type de connaissance irréductiblement fondé sur l'intersubjectivité (c'est-à-dire que la connaissance des personnes est une connaissance partagée) et soulignons les implications que cela peut avoir pour la psychopathologie.


En este artículo, abordamos algunas cuestiones conceptuales lógicamente previas a la constitución de cualquier forma de psicopatología. Exploramos ontológica y epistemológicamente aspectos de la experiencia subjetiva, rechazando tanto al Cartesianismo como al conductismo (behaviorismo), favoreciendo, en cambio, a la noción wittigensteiniana de apoyo de criterio. Así, discutimos la desanalogía entre el conocimiento de otras mentes y el conocimiento de cualquier otra cosa. Basándonos en los argumentos proporcionados por Eilan, según los cuales el "modelo de comunicación" debe sustituir al "modelo de la observación", defendemos que hay un tipo de conocimiento que es irreductiblemente fundado en la intersubjetividad (es decir, el conocimiento de personas es conocimiento para dos) y señalamos las implicaciones que eso puede tener para la psicopatología.

5.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 24(8): 3129-3140, ago. 2019. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1011862

ABSTRACT

Resumo O objetivo do estudo é estimar a prevalência do uso de clonazepam no Estado do Rio de Janeiro (RJ). Estudo ecológico e descritivo do consumo de clonazepam (2009-2013), com dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados da Anvisa. O consumo foi medido pela Dose Diária Definida, com indicadores por população total e com 18 anos e mais utilizando a DDD padronizada de 8mg (anticonvulsivante) e a de 1mg (hipnosedativo). Os Municípios da Região Metropolitana foram agrupados segundo os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e de GINI, submetidos à análise de conglomerados e apresentados segundo o consumo de clonazepam. No Estado do RJ, o consumo entre 2009 e 2013 aumentou de 0,35 para 1,97 DDD/1000 habitantes. Os valores são maiores para os indivíduos acima de 18 anos. Empregando-se 1mg ao invés de 8mg, chega-se a 21 DDD/1000 habitantes acima de 18 anos, em 2013. Rio de Janeiro e Niterói, com os maiores IDH, apresentaram em 2013 os maiores consumos, 3,38 e 4,52 DDD, respectivamente. Os dados sugerem que até 2% da população adulta é usuária de clonazepam, possivelmente como hipnosedativo. Deve-se atentar para o uso ampliado e fora de indicações terapêuticas, dados o potencial de abuso e as reações adversas ao clonazepam.


Abstract This descriptive, ecological study of clonazepam consumption in Rio de Janeiro State (RJ) estimated use prevalence from 2009 to 2013 using data from the National Controlled Product Management System operated by Brazil's health surveillance agency, Anvisa. Consumption was measured by total population and by population over 18 years old, using the standardised Daily Defined Doses of 8 mg (anticonvulsant) and 1 mg (sedative-hypnotic). The municipalities of the Rio de Janeiro Metropolitan Region were grouped by Human Development Index (HDI) and GINI index, subjected to cluster analysis and ranked by clonazepam consumption. From 2009 to 2013, consumption in the state rose from 0.35 to 1.97 DDD/1000 population, but the figures are higher for individuals over 18 years of age. A DDD of 1 mg instead of 8mg returns consumption in 2013 of 21 DDD/1000 population over 18 years of age. Consumption in 2013 was highest - 3.38 and 4.52 DDD, respectively - in Rio de Janeiro and Niterói, which have the highest HDIs. This suggests that up to 2% of the adult population uses clonazepam, possibly as a sedative-hypnotic. This broad use and use outside therapeutic indications deserves attention, given clonazepam's potential for abuse and adverse reactions.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Practice Patterns, Physicians'/trends , Clonazepam/administration & dosage , Hypnotics and Sedatives/administration & dosage , Anticonvulsants/administration & dosage , Brazil , Cluster Analysis , Dose-Response Relationship, Drug
6.
Psicol. conoc. Soc ; 8(2): 133-146, nov. 2018. tab
Article in English | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1091812

ABSTRACT

Abstract: In Brazil, Rivotril® (clonazepam) has gained a reputation as a social object. Its logo is emblazoned on everyday objects and the drug itself is the topic of online communities and featured on television programs. Method. We conducted in-depth, semi-structured interviews with a sample of adults (aged 18 and over) who lived in the state of Rio de Janeiro and who had been using Rivotril® for over 12 months. Using the snowball technique, we collected an unintentional sample of 20 subjects over 18 years of age who lived in Rio de Janeiro and who had been using the drug continuously for at least 12 months. Researchers presented the project to their social contacts, sending them emails in which they invited them to indicate people who fitted the inclusion criteria. Results. The key points of the analysis were: 1) the users developed "lay expertise" on the dosage of the drug; 2) whenever treatment was supervised by a psychiatrist, an antidepressant was prescribed together with the benzodiazepine; 3) once they started using clonazepam, the users' perception of their capacity to live without it changed; 4) although all the interviewees were long-term users, they did not see themselves as dependent on the drug. Discussion. The users customized, negotiated, and legitimized their use of clonazepam, from how much and how often they took it to their habits of sharing it. Further research investigating users' accounts of prescription drugs are needed to include their perceptions, which are frequently overlooked in the field of analysis.


Resumen: En Brasil, el Rivotril® viene recibiendo destaque como objeto social. El logotipo de su marca aparece en diversos objetos de uso cotidiano, además de ser asunto en comunidades virtuales y programas de televisión. Métodos. Utilizamos la técnica de muestreo de bola de nieve y realizamos entrevistas de tipo semiestructuradas en profundidad en una muestra conformada por 20 individuos mayores de 18 años, residentes en el estado de Río de Janeiro, que habían hecho uso de Rivotril® por por un periodo mayor a 12 meses. Los investigadores presentaron el proyecto en sus redes sociales, y enviaron e-mails solicitando la indicación de potenciales usuarios interesados en participar de la investigación. Resultados. Entre los puntos analiticos destacamos: 1) los usuarios desarrollaron un conocimiento lego sobre dosis; 2) cuando el tratamiento fue prescripto por psiquiatra, siempre incluyó también la prescripción de un antidepresivo junto al benzodiazepínico, 3) una vez iniciado el uso del clonazepam, la percepción de la capacidad de los pacientes de vivir sin ese medicamento se vió alterada; 4) a pesar de tratarse de usuarios cronicos, no se autoperciben como dependientes de la sustancia. Discusión. Los usuarios personalizaban, negociaban y legitimaban el uso de la sustancia, desde la cantidad, frecuencia y prácticas de compartirla. Nuevas investigaciones que incorporen relatos de usuarios de sustancias prescriptas deben ser realizadas, con el objetivo de incluir las percepciones de los propios usuarios, frecuentemente desconsideradas del campo de análisis.


Resumo: No Brasil, o Rivotril® tem recebido destaque como objeto social. O logotipo da marca aparece estampado em objetos de uso cotidiano, além de o medicamento ser assunto de comunidades virtuais e programas televisivos. Método. Utilizamos a técnica da bola de neve para chegar aos usuários e realizamos entrevistas em profundidade, com roteiro semiestruturado com uma amostra de 20 pessoas maiores de 18 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro, que utilizaram o medicamento por mais de 12 meses. Os pesquisadores apresentaram o projeto e enviaram e-mails para suas redes de contato social, solicitando que indicassem potenciais usuários interessados em participar da pesquisa. Resultados. Dentre os pontos analíticos, destacam-se: 1) os usuários desenvolveram uma "expertise leiga" sobre as dosagens; 2) sempre que o tratamento era supervisionado por um psiquiatra, um antidepressivo era prescrito junto com o benzodiazepínico; 3) uma vez iniciado o uso do clonazepam, a percepção de sua capacidade de viver sem o medicamento se alterava; 4) embora se tratassem de usuários de longo-prazo, eles não se percebiam como dependentes da substância. Discussão. Os usuários customizavam, negociavam e legitimavam o uso da substância, desde a quantidade, a frequência e as práticas de compartilhamento. Mais pesquisas que investiguem o relato de usuários de substâncias prescritas deve ser realizados, no intuito de incluir as percepções dos usuários, que são frequentemente desconsiderados do campo de análise.

7.
Interface (Botucatu, Online) ; 22(66): 721-731, jul.-set. 2018.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-954313

ABSTRACT

Este artigo visa situar o conceito de medicalização na obra de Michel Foucault para pensar sua utilidade teórica na análise deste fenômeno. Partimos da hipótese de que a medicalização envolve dois sentidos para o autor: um relacionado à medicina como prática social que passa do Estado à população; e outro relacionado ao fenômeno da medicalização indefinida, ou seja, da impossibilidade de se produzirem práticas corporais fora do alcance da medicina. Em seguida, trataremos da medicalização inserida no campo do biopoder contemporâneo, que tem uma nova configuração a partir da emergência da noção de risco e das novas biotecnologias. Por fim, apresentaremos a posição do filósofo frente aos seus contemporâneos, a fim de situá-lo historicamente e mostrar como sua teoria se aproxima e se distancia do debate em torno da medicalização nos anos de 1970.(AU)


The aim of this paper is to describe the concept of medicalization in the work of Michel Foucault and to consider its theoretical usefulness in analyzing the phenomenon. The study is based on the hypothesis that medicalization involves two meanings according to Foucault: the first related to medicine as a social practice doled out by the State to the population; and the other related to the undefined phenomenon of medicalization, i.e., the impossibility of producing practices involving the body outside of the reach of medicine. Next, medicalization is inserted in the field of contemporary biopower, which presents a new configuration based on the emergence of the notion of risk and new biotechnologies. Last, we compare the philosopher's position with that of his contemporaries, in order to historically situate him and compare and contrast his theory with the debate about medicalization in the 1970s.(AU)


El objetivo de este artículo es situar el concepto de medicalización en la obra de Michel Foucault para pensar su utilidad teórica en el análisis de este fenómeno. Partimos de la hipótesis de que la medicalización envuelve dos sentidos para el autor: uno relacionado con la medicina como práctica social que pasa del Estado a la población y otro relacionado con el fenómeno de la medicalización indefinida, es decir, de la imposibilidad de que se produzcan prácticas corporales fuera del alcance de la medicina. A continuación, trataremos de la medicalización inserida en el campo del biopoder contemporáneo, que tiene una nueva configuración a partir de la emergencia de la noción de riesgo y de las nuevas biotecnologías. Finalmente, presentaremos la posición del filósofo ante sus contemporáneos con la finalidad de situarlo históricamente y mostrar como su teoría se aproxima y se distancia del debate alrededor de la medicalización en la década de 1970.(AU)


Subject(s)
Humans , Philosophy , Social Medicine , Power, Psychological , Health/trends , Medicalization
8.
Physis (Rio J.) ; 27(3): 641-660, Jul.-Set. 2017.
Article in Spanish | LILACS | ID: biblio-895616

ABSTRACT

Resumen El trabajo tiene como objetivo ofrecer un análisis sistemático de algunos resultados de investigaciones realizadas en Argentina y Brasil relacionadas con el uso del metilfenidato, su prescripción y la regulación de la venta. También examinamos las discusiones entre investigadores y profesionales que asisten a personas diagnosticadas con TDAH en ambos países. El artículo integra dos campos de investigación. En Argentina se analizaron artículos de prensa, datos numéricos de organizaciones oficiales y profesionales y entrevistas semiestructuradas de profesionales de salud individuales y grupales realizadas entre 2007 y 2011. En Brasil se analizaron las revistas científicas, la observación participante y los profesores de las escuelas y los profesionales de la salud. Las conclusiones incluyen que los movimientos sociales en ambos países se han organizado y articulado, en un intento de promover el debate sobre la medicalización de la infancia y su despliegue en la sociedad.


Abstract The paper aims to offer a systematic analysis of some results from investigations conducted in Argentina and Brazil relating on the use of methylphenidate, its prescription and sale's regulation. We also examined the discussions among researchers and professionals assisting individuals diagnosed with ADHD in both countries. The article integrates two research fields. In Argentina, newspaper articles, official and professional organizations' numeric data, and individual and group health professionals semi structured interviews conducted between 2007 and 2011 were analyzed. In Brazil scientific journals, participant observation and school teachers and health professionals were analyzed. Conclusions include that social movements in both countries have been organized and articulated, in an attempt to promote discussion on the medicalization of childhood and its deployment in society.


Resumo O artigo pretende oferecer uma análise sistemática de alguns resultados das investigações realizadas na Argentina e no Brasil sobre o uso de metilfenidato, sua prescrição e regulamento de venda. Também examinamos as discussões entre pesquisadores e profissionais que atendem indivíduos com diagnóstico de TDAH em ambos os países. O artigo integra dois campos de pesquisa. Na Argentina, foram analisados artigos de jornal, dados numéricos das organizações oficiais e profissionais e entrevistas semiestruturadas individuais e grupais de profissionais de saúde realizadas entre 2007 e 2011. No Brasil, foram analisadas as revistas científicas, a observação participante e professores e profissionais de saúde. Conclui-se que os movimentos sociais nos dois países foram organizados e articulados, na tentativa de promover a discussão sobre a medicalização da infância e sua implantação na sociedade.


Subject(s)
Humans , Child , Adolescent , Argentina , Attention Deficit Disorder with Hyperactivity/drug therapy , Brazil , Medicalization , Methylphenidate/therapeutic use
9.
Hist. ciênc. saúde-Manguinhos ; 24(1): 129-144, jan.-mar. 2017. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-840689

ABSTRACT

Resumo O artigo apresenta um panorama das pesquisas com células-tronco no Brasil, a partir de levantamento bibliográfico de artigos de pesquisadores brasileiros, publicados no início do século XXI. A análise das produções evidenciou três eixos centrais na abordagem da temática: o âmbito de fomentos destinados a investigações brasileiras com células-tronco; os estudos pré-clínicos e clínicos realizados no país; e análises socioantropológicas com foco em questões éticas e legais. O artigo aponta aspectos controversos na construção desse campo científico, especialmente vinculados à mídia, como propagadora de valores e determinadas representações sociais, com destaque para novas modalidades de esperança. Nesse cenário de incertezas, encontram-se enfermos e familiares, mobilizados pelas promessas da “medicina do futuro”.


Abstract Based on a review of the literature published in the early twenty-first century by Brazilian researchers, the article offers an overview of stem cell research in Brazil. Three central topics were detected in these papers: (1) the funding of stem cell research in Brazil; (2) preclinical and clinical trials in Brazil; and (3) social anthropological analysis focused on ethical and legal matters. Our review identifies controversial questions in the construction of this scientific field, especially issues involving the media as a disseminator of values and of certain social representations, where new kinds of hope figure large. Within this climate of uncertainty, we find patients and their families energized by the promises of the “medicine of the future.”


Subject(s)
Humans , History, 21st Century , Scientific Communication and Diffusion , Stem Cell Research , Stem Cells , Brazil , History, 21st Century , Scientific Publication Indicators , Ethics , Mass Media
10.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 19(3): 527-543, jul.-set. 2016.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-845349

ABSTRACT

O artigo apresenta um debate sobre a natureza do objeto da psiquiatria. Apresentam-se duas perspectivas de abordagem da questão — o realismo e o pragmatismo. Segundo o realismo, as condições denominadas transtornos mentais existiriam de forma autônoma, a despeito da conceitualização humana. Já as perspectivas pragmáticas pressuporiam que transtornos mentais não são suficientemente explicados como tipos naturais, porque normas e interesses humanos sempre estariam presentes em classificações psiquiátricas. São descritas as características, diferenças e pontos de limitação dessas abordagens.


This paper presents a debate on the nature of the object of Psychiatry. Two approaches to the issue are discussed: realism and pragmatism. According to realism, would exist autonomously the conditions known as mental disorders regardless of human conceptualization. Pragmatist perspectives assume that mental disorders are not sufficiently explained as natural types, since human norms and interests are always at stake in the making of psychiatric classifications. The specific features, differences, and limitations of both approaches are described.


Les auteurs présentent une réflexion critique à propos de la nature de l’objet de la psychiatrie. D’emblée, ils postulent deux voies [approches] majeures permettant d’explorer cette question fondamentale: le réalisme et le pragmatisme. Selon le réalisme, les troubles mentaux existent comme des entites autonomes, de facon independant d’une structuration conceptuelle. D’autre part, l’approche pragmatique met en avant les enjeux sociaux ce qui permet d’en déduire et d’affirmer que les troubles mentaux ne sont pas réductible à de types naturels. Enfin, les auteurs examinent brièvement et mettent en évidence les caractéristiques et limites de ces différentes approches dans la clinique psychiatrique.


El artículo presenta un debate sobre la naturaleza del objeto de la psiquiatría. Son discutidas dos perspectivas del problema: realismo y pragmatismo. Para el realismo, los trastornos mentales existen autónomamente, a pesar de la conceptua-lización humana. Las perspectivas pragmáticas suponen que los trastornos mentales no pueden ser explicados suficientemente como tipos naturales, pues las clasificaciones psiquiátricas son siempre atravesadas por normas e intereses humanos. Son descritas las características, diferencias y límites de ambos enfoques.


In diesem Artikel präsentieren wir eine Debatte über die Natur des Objektes in der Psychiatrie. Wir bieten somit zwei perspektiven bezüglich dieser Problematik- den Realismus einerseits, und den Pragmatismus als gegen Stellung. Für den Realismus würden die sogenannten Bedingungen der Psychiatrischen Störungen auf autonomer Weise vorhanden sein, und dies trotz menschlicher Konstruktionen. Pragmatische Perspektiven setzten voraus das Psychische Störungen nicht genügend durch ‘natural kinds’ erklärt werden können, weil menschliche Normen und sonstige Interessen sonst immer in Psychiatrischen Klassifikationen zu finden sind. Die Charakteristiken, Unterschiede und Einschränkungen werden dieser Perspektiven werden hier beschrieben.

11.
Saúde Soc ; 25(2): 452-462,
Article in Spanish | LILACS | ID: lil-787830

ABSTRACT

Desde un análisis crítico de los estudios de la medicalización, y como un aporte a estas perspectivas, describimos y analizamos los modos en que la industria farmacéutica transnacional penetra en diversos espacios sociales, con diferentes estrategias de marketing, interviniendo en la consolidación de procesos medicalizadores en Argentina y Brasil. Se analizan dos modalidades de expansión de los procesos de medicalización, y se desarrollan aspectos y tendencias específicas del diagnóstico y tratamiento del TDAH en ambos países: la incidencia de la industria farmacéutica en los grupos de apoyo en Brasil y las estrategias de marketing farmacéutico orientadas a actores no médicos en Argentina. Estas dos modalidades se caracterizan por no involucrar sólo al profesional médico. La metodología incluye datos de investigaciones conducidas en Argentina y Brasil entre 1998 y 2014, con sede en la Universidad de Buenos Aires y la Universidade Estadual do Rio de Janeiro, orientadas al estudio de los procesos de diagnóstico y tratamiento del TDAH y el consumo de metilfenidato en ambos países. Se emplearon técnicas de entrevista semiestructurada individual y grupal a profesores y profesionales de salud, estadísticas oficiales y de organizaciones profesionales, y revisión de bibliografía general y especializada nacional e internacional. Concluimos que los fenómenos documentados en Argentina y Brasil ponen de relieve la importancia de efectuar investigaciones que contemplen aspectos singulares de los casos empíricos, y sus múltiples vinculaciones con entramados más amplios y en tensión de saberes, dispositivos, normativas y actores involucrados en la medicalización en el siglo XXI.


From a critical analysis of medicalization studies, and as a contribution to these perspectives, we describe and analyze the ways in which the transnational pharmaceutical industry penetrates diverse social spaces, with different marketing strategies, to consolidate medicalized processes in Argentina and Brazil. We analyzed two expansion methods of medicalization processes and specific ADHD diagnostic and treatment aspects and trends were developed in both countries: the impact of the pharmaceutical industry on advocacy groups in Brazil and pharmaceutical marketing strategies aimed at non-medical actors in Argentina. These two methods are characterized by involving other actors than medical professionals. The methodology includes data from research conducted in Argentina and Brazil between 1998 and 2014, based in the University of Buenos Aires and in the State University of Rio de Janeiro, focused on the study of ADHD diagnostic and treatment processes and methylphenidate consumption in both countries. We used individual and group semi-structured interview techniques with professors and health professionals, official and professional organization statistics, and national and international general and specialized literature. We concluded that the phenomena documented in Argentina and Brazil highlight the importance of conducting investigations that covers specific aspects of empirical cases and their multiple connections with broader and intense knowledges networks, dispositives, normatives and actors involved in the medicalization in the 21st century.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Self-Help Groups , Drug Industry , Marketing , Medicalization , Attention Deficit Disorder with Hyperactivity/diagnosis , Attention Deficit Disorder with Hyperactivity/therapy , Health Strategies , Laboratories
12.
Interface comun. saúde educ ; 20(56): 77-88, jan.-mar. 2016.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-767966

ABSTRACT

Este artigo tem como objetivo explorar, do ponto de vista sociocultural, a emergência de duas entidades clínicas entre 1970 e 1980 que, no campo da clínica geral e dos saberes psi, nomeiam quadros centrados no sintoma da fadiga: a síndrome da fadiga crônica (CID-10 G93.3) e o burnout (CID-10 Z73.0). Pretendemos, após uma breve apresentação de ambas, analisar o surgimento dessas categorias, para indicar o cansaço e a exaustão como sintomas a serem tratados medicamente e explorar os pontos de aproximação e afastamento entre elas...


The objective of this article was, from a sociocultural perspective, to explore the emergence of two clinical entities between 1970 and 1980, which, in the fields of general clinical medicine and psycho-knowledge, give names to conditions centered on the symptom of fatigue: chronic fatigue syndrome (ICD-10 G93.3) and burnout (ICD-10 Z73.0). We intend, after a brief presentation of both of these, to analyze the emergence of these two categories, to acknowledge fatigue and exhaustion as symptoms to be medically treated, and to explore similarities and differences between them...


El objetivo de este artículo es explorar, desde el punto de vista sociocultural, la emergencia de dos entidades clínicas entre 1970 y 1980 que, en el campo de la clínica general y de los saberes psi, dan nombre a cuadros centrados en el síntoma de la fatiga: el síndrome de la fatiga crónica (CID-10 G93.3) y el burnout (CID-10 Z73.0). Pretendemos, después de una breve presentación de ambas, analizar el surgimiento de esas categorías, para indicar el cansancio y el agotamiento como síntomas que hay que tratar médicamente y explorar los puntos de aproximación y de separación entre ellas...


Subject(s)
Humans , Burnout, Professional , Fatigue Syndrome, Chronic , Sociology, Medical
13.
Interface comun. saúde educ ; 19(53): 325-336, Apr-Jun/2015. graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-744430

ABSTRACT

Embora o autismo não seja uma doença contagiosa, fala-se de uma “epidemia de autismo”, em alusão ao aumento vertiginoso do número de casos num período curto de tempo. O artigo traça um panorama das concepções socialmente partilhadas sobre o autismo no Brasil, a partir das narrativas que vêm conferindo visibilidade ao tema na mídia impressa brasileira no período de 2000 a 2012. Entendemos tais narrativas não como representações de uma realidade a priori, mas em sua função estruturante da experiência humana. Por um lado, essas narrativas dão forma e conteúdo às questões e às controvérsias ligadas ao autismo no Brasil, e, por outro, contribuem ativamente para esses debates, pois produzem determinados efeitos de sentido nos leitores.


Although autism is not a contagious disease, the term “autism epidemic” is used in allusion to the dramatic increase in the number of new cases in only a short period of time. This paper provides an overview of the socially shared conceptions surrounding autism in Brazil, through the narratives that have given visibility to this topic in the Brazilian press between 2000 and 2012. We regard these narratives not as representations of a reality a priori, but through their function of structuring human experience. On the one hand, such narratives shape and give content to the issues and controversies that surround autism in Brazil, while on the other hand, they also actively contribute to such debates, given that they affect the meaning that readers place on them.


Aunque el autismo no sea una enfermedad contagiosa, se habla de una “epidemia de autismo”, aludiendo al aumento vertiginoso del número de casos en un corto período de tiempo. El artículo esboza un panorama de las concepciones socialmente compartidas sobre el autismo en Brasil, a partir de las narrativas que otorgan visibilidad al tema en los medios impresos brasileños en el período de 2000 a 2012. Entendemos tales narrativas no como representaciones de una realidad a priori, sino en su función estructuradora de la experiencia humana. Por un lado, esas narrativas dan forma y contenido a las cuestiones y a las controversias vinculadas al autismo en Brasil y, por el otro, contribuyen activamente a esos debates, puesto que producen determinados efectos de sentido en los lectores.


Subject(s)
Humans , Autistic Disorder , Narration , Brazil
15.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 19(6): 1859-1868, jun. 2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-711237

ABSTRACT

Este artigo analisa a pertinência do conceito de medicalização, para a análise sóciocultural, partindo de críticas na literatura internacional surgidas na década de 2000. Essas críticas apontam a excessiva generalidade do termo, que passou a abranger situações diversas, perdendo parte de sua acurácia analítica. Analisaremos alguns dos sentidos possíveis do termo medicalização, tais como: 1) as estratégias massivas de sanitarização da população; 2) a transformação de comportamentos considerados desviantes em doenças; 3) a ação do controle e imperialismo médico; 4) a participação de atores fora do campo da medicina. A partir desses diferentes usos, apontaremos a necessidade de uma transitividade do conceito, ou seja, que se especifiquem os sentidos que são a ele atribuídos por ocasião de sua utilização - do contrário, haveria uma perda de precisão teórica que retiraria do conceito sua possível utilidade para a análise social.


This article examines the pertinence of the concept of medicalization for socio-cultural analysis. The study is based on the criticism which emerged in the international literature between 2000 and 2010. The criticism stressed the excessive generality of the expression that encompasses different situations and thereby loses its analytical precision. The main meanings of the term medicalization are examined, namely 1) the major strategies of hygienization of the population; 2) the transformation of behavior considered deviant into disorders; 3) control strategies and the medical imperative; 4) the participation of non-medical actors. Based on the different meanings of the notion of medicalization, the transient nature of the concept needs to be stressed, i.e. the need to specify the different meanings attributed to the notion depending on the different contexts in which it is used. If this is not done, the concept will lose its theoretical accuracy and will possibly no longer be useful for social analysis.


Subject(s)
Humans , Medicalization , Medicalization/trends , Mental Disorders , Social Control, Formal , Time Factors
16.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 17(2): 328-341, 06/2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-718501

ABSTRACT

O artigo explora os pressupostos epistemológicos do Research Domain Criteria (RDoC) - projeto de investigação empírica dos transtornos mentais, dentro de uma plataforma biológica - promovido pelo National Institute of Mental Health (NIMH). Discute-se o ataque feito ao sistema DSM, pouco antes do lançamento de sua quinta versão, a partir da perspectiva neurocientífica adotada pelo RDoC. A aposta na patofisiologia, combinada com a exclusão da experiência descrita em primeira pessoa, aponta um cenário em que a pesquisa e a clínica se divorciam, com o risco do advento de uma estranha psiquiatria sem psique e sem pathos.


This article explores the epistemological underpinnings of the Research Domain Criteria (RDoC), launched by the National Institute of Mental Health (NIMH) - USA. The project has the objective of empirically investigating mental disorders in a biological framework. We discuss the sharp criticism received by the DSM shortly before its fifth edition came out, based as it was on the neuroscientific approach adopted by the RDoC. The preference for pathophysiology, combined with the exclusion of first-person experience, points to a scenario where research and clinical work are irrevocably divorced, and runs the risk of fostering an odd psychiatry with neither psyche nor pathos.


Cet article examine les présupposés épistémologiques de l'initiative dénommée Research Domain Criteria (RDoC) proposée aux Etats-Unis par le National Institute of Mental Health (NIHM). Ce projet s'inscrit dans le cadre d'une approche des troubles mentaux ancrée dans une perspective essentielment biologique et empirique. Il faut remarquer que ce programme a été lancé à la veille de la presentation de la cinquième version du système DSM. On s'interroge si la mise en ouvre d'un tel projet, largement fondé sur l'axe de recherche neuroscientifique et physiopathologique - divorcée des toutes complexités de l'expérience vécue en première personne - ne donneront pas naissance à une étrange créature: la psychiatrie sans pathos et sans psyché.


El artículo examina los presupuestos epistemológicos del Research Domain Criteria (RDoC) - proyecto de investigación empírica de los transtornos mentales, dentro de una plataforma biológica - promovido pelo National Institute of Mental Health (NIMH). Discute el ataque dirigido al sistema DSM, poco antes de la publicación de su quinta edición, desde una perspectiva neurocientífica adoptada pelo RDoC. La apuesta por la fisiopatología, combinada con la exclusión de la experiencia descrita en la primera persona, apunta para un escenario en el cual investigación y clínica se divorciam con el riesgo del adviento de una psiquiatría extraña, sin psiquis y sin pathos.


Subject(s)
Humans , Diagnosis , Mental Disorders , Psychiatry
17.
Physis (Rio J.) ; 24(2): 363-379, Apr-Jun/2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-719366

ABSTRACT

Neste trabalho pretendemos apresentar e debater algumas metáforas do cérebro humano presentes numa amostra de materiais de divulgação científica visando, com isso, refletir sobre sentidos e usos associados ao cérebro humano. No caso da divulgação científica, em que cientistas ou jornalistas científicos buscam traduzir ou recriar para o público leigo o conhecimento científico, a importância das metáforas é evidente porque estas aproximam o público leigo de certos sentidos atribuídos pelos divulgadores sobre o funcionamento do cérebro. Discutiremos analiticamente, por fim, alguns pontos de contato entre as metáforas encontradas...


In this paper we intend to present and discuss some metaphors of the human brain present in a sample of materials of science communication aimed, therefore, to reflect on meanings and uses associated with the human brain. In the case of the scientific dissemination, in which scientists and science journalists seek to translate or recreate to the lay public the scientific knowledge, the importance of metaphors is evident as they approach the lay public of certain meanings attributed by the promoters of science on the functioning of the brain. Finally, we analytically discuss a few points of contact between the metaphors found...


Subject(s)
Humans , Cerebrum , Neurosciences/trends , Scientific Communication and Diffusion
18.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 17(1): 100-113, mar. 2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-705864

ABSTRACT

As revisões periódicas das classificações diagnósticas em psiquiatria sempre provocam intensos questionamentos que interrogam sobre a própria natureza dos objetos classificados. A pergunta recorrente é: os transtornos psiquiátricos existem de fato ou são apenas construções sociais? Neste artigo, procuramos esclarecer os pressupostos da posição essencialista e a do construtivismo social, e defender que existem alternativas conceituais, como o modelo dos tipos práticos, que nos permitem retirar o eixo central do debate nosológico da disputa natureza versus construção social.


The periodic revisions of psychiatric classificatory systems always draw sharp criticism that put at stake the very nature of the objects they classify. The recurrent question is: do psychiatric disorders in fact exist or are they merely socially constructed? In this article, our aim is to clarify the underlying assumptions of both the essentialist and the social constructionist positions. We also show that there are conceptual alternatives, such as the practical-kinds model, that move the center of gravity of the nosological discussion away from the nature-versus-social-construction argument.


Chaque révision des schèmes de classifications en psychiatrie suscite une réflexion accrue à propos de la nature des objets classés. Une question récurrente se présente: existent-ils des troubles psychiatriques ou seraient-ils la résultante d'une construction sociale? Dans cet article, nous cherchons à éclairer tantôt les thèses essentialistes, tantôt celles tributaires du constructivisme social. Nous soutenons qu'il y a des alternatives conceptuelles, tel que le modèle des types pratiques, ce qui permet de déplacer l'axe central du débat nosologique de la dispute nature contre construction sociale.


Las revisiones periódicas de las clasificaciones diagnósticas en psiquiatría siempre despiertan intensos cuestionamientos sobre la naturaleza de los objetos clasificados. La pregunta recurrente es: ¿los trastornos psiquiátricos realmente existen o son construcciones sociales? En este artículo buscamos establecer los supuestos de la posición esencialista y del construccionismo social, para luego argumentar que existen alternativas conceptuales, como el modelo de los tipos prácticos, que permiten desplazar el eje central del debate nosológico de la oposición naturaleza versus construcción social.


Subject(s)
Humans , Mental Disorders , Psychiatry
19.
Interface comun. saúde educ ; 17(44): 119-132, jan.-mar. 2013.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-674331

ABSTRACT

Este artigo apresenta alguns resultados de uma pesquisa realizada em uma rede social virtual brasileira, com o tema do autismo. Investigou-se a opinião pública sobre o autismo nessa rede, por meio de suas comunidades ligadas ao assunto. A opinião pública sobre determinada condição médica traz consequências diretas sobre a experiência do doente e sobre as pessoas implicadas em cuidar dos pacientes acometidos. Os resultados apontam algumas direções a respeito das representações dos usuários sobre as supostas causas da doença, os métodos de tratamento, as formas de ativismo e de busca de direitos dos portadores, e os usos paradoxais do conhecimento médico, ao qual se atribui a possibilidade de desvendar a doença, e, ao mesmo tempo, é alvo de resistência de pais e cuidadores, que priorizam o conhecimento proveniente de sua experiência cotidiana com os autistas.


This article presents preliminary results from ongoing research about autism in Brazilian virtual communities. We investigated public opinion about autism in the virtual communities dedicated to this issue. Public opinion about a medical condition directly influences the sick person's experience and the experiences of her caregivers and family. The results describe the social representations of the users - mainly parents and caregivers of autistic children - about the supposed causes of autism, the forms of treatment, the forms of activism and the rights of autistics and the ambivalent use of medical knowledge, which is frequently endowed with the capacity of disclosing the disease, but which is also resisted in favor of lay knowledge of parents and caregivers based on their daily experience with the autistic people.


Este artículo presenta resultados de una investigación realizada en una red social virtual brasileña sobre autismo. Fue investigada la opinión pública sobre el autismo por medio de las comunidades dedicadas al asunto. La opinión pública sobre determinada condición médica tiene consecuencias inmediatas sobre el enfermo y las personas implicadas directamente en cuidar de los pacientes que sufren la enfermedad. Los resultados dan informaciones sobre las representaciones de los usuarios, sobre las supuestas causas de la enfermedad, los métodos de tratamiento, las formas de activismo y de búsqueda de derechos de los portadores, y los usos paradójicos del conocimiento médico, al cual se atribuye en algunas ocasiones la posibilidad de desvelar la enfermedad, y en otras es objeto de resistencia de padres y cuidadores con base en su experiencia cotidiana con los autistas.

SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL